quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Kpótoç"




O vento é uma torrente, traz-me inspiração e desolação,
força e desânimo,
turbulência na vida.

Quer me estontear, me seduzir
para percorrer o mundo e me levar longe,
novas paragens e sonhos desmedidos.

Quer afogar-me nos longos braços em noites de silêncio e vazio,
enquanto uma borrasca me consome
e me imprensa contra uma parede dura e inimaginável.

Ouço o seu rumor dentro de mim,
desbravando colinas,
para me levar aonde se tecem as teias, 
todas as tramas são tecidas.

Tua fronte ao alcance do olho,
tua boca na minha,
atados nossos corpos ao amor que nos queima,
deixemos que o vento passe sem nos levar.

Se um dia derramares uma lágrima por mim,
serás então meu,
todo,
completo,
infinito,
viverás o esplendor de uma apoteose rara.

Que este vento corra orlado de espuma,
e me chame e busque galopando na sombra ,
enquanto eu,
mergulhada em teus olhos,
embriagada pelo teu vinho,
me escravizo numa noite profunda,
imensa,
onde só descansarei em ti pelo amor...



Um comentário:

  1. Cuidado com o vento,
    Dança e rodopia
    E tudo dança ao redor.

    Pode levar-te a lugares distantes,
    Enganar teu sentir
    Ao som desse vento.

    Sempre vai voltar...
    à espera do instante
    em que te pode enebriar
    e encantar.

    Cuidado com a Canção do Vento...

    Lindo o teu poema,
    Lindo esse amor
    que vem,
    trazido pelo vento
    de lugares diferentes.

    Um abraço

    Maria Luísa

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