quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Rubores




 Torvelinho de emoções e confissões.
de visadas e miradas confusas,
de abraços e trocas gentis
os dois, num banco de praça,
poeta e mulher, faz-se mister,
a sombra é escassa.
São vultos que passam,
não contam-se as horas,
nem mesmo as demoras nessa alma de mulher
oscilando entre extremos
(Mal-me-quer ... bem-me-quer)
pode atrelar os dons e os sons
a um cabresto imaginário.

O que a interessa do poeta é a seiva,
Sugá-la no todo, a rodo,
Exaurí-la, consumi-la transcentalmente
aplacar-se com a sua verve,
num compromisso com a liberdade,
Quer ser um inseto em sua teia.
porque vê nela vida e exuberância,
a única saída para o caos em volta,
em um mundo com tudo á solta,
percebe a pequenez do corpo e desejos,
sente a manifestação do sublime,
quer entrar nesse diapasão,
vai de cabeça, de encontrão,
mergulha no tempo, atinge um espaço,
e o beija e comove,  o olha e lambe,
e chora e sorri despudorada,
pedindo por tudo e pelo mais,
agora uma vida sempre atrás,
da descoberta e do alívio
por todo o seu tempo... derradeiro
ainda pela frente...!

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