terça-feira, 20 de julho de 2010

A Migalha






O que esperar de você?


Discórdia infantilizada e incessante
Feito a pisada urgente do gato
Meticuloso,
Assustado,
Caindo de pé.


Não vê que é propositalmente autorizado a exercer sua falsa soberania...?




De mim, a pureza cálida da perversidade.




Atente a esse detalhe meio homem, meio menino:
Não sei olhar no seus olhos quando fala demoradamente comigo.
Simples falta de jeito, quase brejeira, e não covardia.
Sendo assim, fica de pé o nosso trato em acordo anterior.


Prefiro escalar as escadas do seu corpo neste emaranhado de labirintos invisíveis onde só a fusão desajustada, feito calda quente,  faz-se premente...


A surpresa de adentrar a sala escura é muito mais convidativa,
O que a fresta revela não é encorajador...

segunda-feira, 12 de julho de 2010



O passo


Mal dado,


Infundado,


Me causa náusea


Como a pedra me que me leva ao chão.




Podia ter desviado


Mas não.




Sem a pedra


Não tem graça


Nem destruição...



Amour Fou




Dentro de mim
Tudo de você

O brilho da adaga
O raio cortante
Fagulhas
Sem medida
De uma única lágrima densa, angústia voraz
A deslizar no rosto
Por tão pouco
(...)
Minha falta de amor próprio obedece sem questionar
Pois dentro de mim
Há um bocado de ti

De mãos atadas
Inconscientemente
Continuo a buscar um tanto mais
Até me perder de vista
Desnortear a bússola já quebrada
Para achar em mim
Mais um tanto de você...




sábado, 10 de julho de 2010

Tilintar




Ao vazio,
meu brinde.


A boca seca,
a bebida quente,
passada,
aos desejos em vão...


Celebro a lágrima incontida que se mistura no medíocre liquido borbulhante,
espuma que não engana ninguém...

Ao vazio, meus pensamentos torpes

Saturados pela maledicência minha

Pelo esquecimento seu

O vazio que mora no cerne da dose, no fundo do copo, no falso degustar do meu íntimo


Levanta tua taça,
suja sua haste,
dedo em riste.


Acordemos amanhã, bêbados de nada...