sábado, 2 de outubro de 2010

O "achismo"






Neste ponto onde agora me encontro,
Seguindo o fio iluminado
Que atravessa a densa camada escura,
Tudo,
Aos poucos,
Torna-se multicolorido,
Frutacor,
Cheiro, forma e motivo.

Aqui só moravam restos,
Porções mal distribuídas de um sorriso
Outrora continente a ser desbravado,
Singular, misterioso, intrépido,
Como a colônia de formigas que,
Numa perfeita coordenação linear
transporta simetricamente folhas magistrais
Como a juntar notas perdidas num grande sarau vienense...

Mas hoje não.

O tracejo vivaz cintila enraivecido
Feito purpurina espalhada no assoalho
Que o vento não segura
E leva para dimensões inimagináveis
Aquilo que me servia de venda para os olhos.

Que seja impossível então recolher o pó estelar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário