segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Carta aberta - parte 01







(Para Miss Colotto )


"Diante de você me coloco
como numa súplica, num berro mudo,
na beira da cama, joelhos em carne viva,
para que segure minha mão bem forte
por onde tenho receio de caminhar só
nem que seja agora, por um segundo,
para depois nunca mais...

(...)

Você sabe, é escuro,
nenhum vento vibrante,
todos querem a mim
desconhecem o escrúpulo,
mesmo a minha pessoa,
e banalizam minha existência
por motivos torpes
como se me jogar ás feras
servisse de alento
ao sentir meu adormecer sob a tempestade.
Alcançam o cume da montanha mais impiedosa
sem petrificar os dedos com gelo
nem o peito pressiona
fincando a aventura na flâmula,
mastro dilacerando a carne
e tudo aquilo pelo qual um dia concentrei minhas forças.

Liberto-me agora, voluntariamente,
aplaudindo ironicamente enternecida
pelo bem que a mim tem feito
perante cada amanhecer... "

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