terça-feira, 14 de setembro de 2010

Alma de velha moça




As lentes sujas do velho óculos
empoeirados pelas letras fugazes, 
nitidamente despejadas num livro de histórias e procedência duvidosas,
escancaram aquilo que o meu escárnio não quer aceitar.

E no emaranhado dos versos dispostos
na folha amarelada
o indizível se esconde
como criança brincando de pique-esconde
por trás da cortina transparente
ao lado da poltrona furada.

Contudo,
como que sob o efeito de uma droga
devoro o delinear
que um estusiasta lauretano escolheu
para materializar o seu sonho.
E descubro,
aterrorizada,
que a mesma insignificância
usada quando da composição deste devaneio
morre na ponta do lápis que atravessa o papel
pelo supervisão do olhar derradeiro,
seu único companheiro
na marcha final.
Até virar um amontoado de sujeira,

poeira poética,

manchado pela mesma cortina imaginária do meu caro amigo e falso poeta...

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