segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Espaços









Eu quero
na avidez do agora
sóis bocejantes, ociosos,
daqueles que cospem estrelas.
Parceiras, irmãs
de vícios e mal entendidos
serenatas nulas,
bucolismos, palavras vãs,
debruçadas num pátio negro
atônitas de tédio e ressaca.
Quando a flor tiver adormecido
quero voltar para mim,
quero a minha casa,
aquela mesma onde nunca estive.

Sob o tácito arvoredo mirar na soalheira
e estraçalhar a velha janela,
roubar fruta do pé, voltar a sonhar de novo.

Que não seja nada demais por fim:
buscar o encantamento perdido,
tirar o pó do futuro 
e vestir o frescor hipnótico do que se passou...




Nenhum comentário:

Postar um comentário